quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Distribuição Digital: prepare-se para o futuro

Gosta das embalagens dos seus jogos? Cuidado.

Existem duas lendas que circulam os mundos dos jogos eletrônicos:

Uma diz que a pirataria é o maior mal para as softhouses e seus lucros são prejudicados, principalmente na plataforma PC.

Outra diz que os jogos usados prejudicam muito mais as softhouses do que os jogos piratas, pois para cada jogo usado trocado ou vendido, a softhouse tem que continuar dando suporte mas não ganha um tostão com a transação.

Bem, discutindo a primeira afirmação, normalmente o consumidor de jogos piratas tem o problema sério de acesso aos jogos. Digo isso pois até por volta de 2009 eu era um desses consumidores, tendo um volume de download enorme de jogos piratas e pouquíssimas aquisições de originais. Hoje já é o contrário, onde não tenho a necessidade de nenhum download pirata, salvo quando não tenho acesso a uma DEMO do jogo e quero conhecer antes de jogar. Desculpe as produtoras, mas o que me resta é recorrer às distribuições Skidrow ou Reloaded dos jogos. Jogo pelo menos a primeira fase ou uns 30 minutos para tirar conclusão do jogo e ver se me interessa ou não.

Hoje tenho uma quantidade enorme de jogos originais que não serei capaz de jogar! Estou já próximo a 200 jogos para PC.

Outro fator é que o consumidor compulsivo de produto pirata não é um consumidor em potencial. Um dia poderá se tornar e todos aqueles jogos que um dia já até terminou, talvez vá querer ter original para poder relembrar bons momentos.

Já a segunda afirmação bate na parte que pessoas que não colecionam jogos não tem motivo para ficar guardando os que já terminaram. Então vendem o usado e partem para aquele lançamento que tanto inrteressa. Polêmicas à parte, eu considero válido esse ciclo de reciclagem dos jogos. Mas as empresas não.

Três soluções foram estão em funcionamento hoje em dia (e às vezes usadas de forma combinadas):

1. Ativação de Key do jogo exclusivamente para uma conta cadastrada e intransferível;
2. Distribuição digital que atrela o jogo somente à conta que o ativa;
3. Passe digital que permite que somente uma conta jogue o modo multiplayer.

Hoje ainda podemos dizer que a distribuição exclusivamente digital não é possível em larga escala, pois vários países possuem acesso limitado à internet (oi, Brasil), mas é evidente que no futuro próximo isso será o padrão e provavelmente não veremos mais jogos expostos na prateleira.

Peter Moore já desclarou a intenção da EA de vender os seus somente em formato digital em até cinco anos, outras empresas já possuem lançamentos que estão sendo distribuídos somente nesse formato e agora a Rockstar anunciou que provavelmente GTA V não terá mídia física.

Isso representa uma mudança de mentalidade não só das softhouses, mas também dos consumidores, pois as empresas não tomariam essa atitude se não fosse lucrativo. A previsão é que já em 2011 as vendas digitais ultrapassassem as vendas em mídia física, com certeza em 2012 já serão maioria.

A comemoração com isso é compreensível: as softhouses estão maximizando os seus lucros, pois não estão arcando com embalagens, manuais, gravação de mídias, transporte e outros custos que envolvem uma distribuição nesse formato.

Por esse motivo vários jogos nunca chegaram a dar à luz no Brasil, mas com a distribuição digital o jogo é lançado no exterior e, imediatamente, está disponível aqui.

Agradará a uns, mas desagrada a outros. Dentre os pontos que desagradam estão o preço salgado. Oras, se o jogo em mídia física custa por volta US$ 49,99 ou US$ 59,99, por qual motivo custaria o mesmo em mídia digital? Você tem bem menos "atravessadores", menos custos a incluir. É, de certa forma, injusto.

Se os jogos distribuídos de forma digital tivessem um preço mais baixo, não poderia atingir um público maior? Não havendo problema de espaço não seria melhor então eu pagar pelo formato físico e ter a embalagem, manual e, às vezes, itens extras para poder exibir?

Distribuir GTA V exclusivamente em formato digital não vai garantir que os piratas joguem no dia do lançamento, mas impedirá que os compradores troquem o jogo por outro, vendam, deem de graça ou façam o que der na mente. O jogo estará sempre na conta online do comprador.

Com isso a Rockstar pretende acabar com o mal que ela considera pior, que é a venda de jogos usados.

Existe uma solução no site www.greenmangaming.com onde você pode vender de volta PARA A LOJA o jogo comprado e eles pagarão barato por ele, mas pelo menos você faz dinheiro e pode reverter para comprar outro jogo na loja.

Agora vem, as softhouses perdem com isso? Não. Pois eles terão certeza que você comprará um jogo novo e ainda por cima se abdicou do direito ao jogo que havia comprado antes. Nenhum outro comprador levou vantagem e comprará aquele jogo que você tinha por um preço mais baixo. Ou seja, ninguém perde (eles muito menos).

Então será essa a melhor solução? Não sei dizer ao certo, mas sei que terei que me acostumar a isso e você também. Existem já vários serviços de distribuição no Brasil que aceitam o seu pagamento em reais, como o http://nuuvem.com.br ou o PontoFrio ditigal (www.pontofrio.com.br), então não há desculpas para ficar de fora.

A loja Nuuvem, por exemplo, está com um incrível jogo, o Virtua Tennis 4 da SEGA por apenas R$ 6,00 hoje.

Bem-vindo à próxima etapa do mercado, estamos esperando só que não venham querer aumentar mais ainda os preços de lançamentos de jogos.

Um comentário:

  1. Vender o jogo digital pelo mesmo preço da versão física = mais lucro pras distribuidoras, e sem precisar de atravessadores. Menos mal que, no caso do download, dá pra fazer promoções com mais facilidade, vide o nosso amigo Steam e o Nuuvem sempre colaborando a respeito.

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